Ex-ministro afirma que cortes de gastos na Saúde são 'morte do SUS'

  • 04 Jun 2016
  • 15:03h

(Foto: Reprodução)

Dentre as propostas de mudança que o governo interino de Michel Temer apresentou, está a proposta de limitar gastos obrigatórios que impacta diretamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Ricardo Barros, o ministro escolhido para a pasta, não tem experiência na área e focou suas falas apenas em cortes e gestão do dinheiro. De acordo com a Veja, o governo interino sugeriu uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) onde a Saúde deixaria de ter uma garantia de receita obrigatória, que está prevista na Constituição como 13,2%, da receita líquida, o mínimo a ser investido em Saúde pelo governo. A União cumpriria um valor mínimo, ainda não foi especificado, que seria corrigido anualmente pela inflação. Arthur Chioro, ex-ministro da saúde os cortes girariam em torno de R$ 44 bilhões a R$ 65 bilhões a menos para o SUS a partir do próximo ano. "[Assim], não é possível manter programas básicos, como a atenção básica, vacinas, sangue, medicamentos, controle de doenças, SAMU, Santas Casas, UTI. Ou seja, a morte do SUS", diz. O ex-ministro da saúde, José Gomes Temporão, que chefiou o ministério entre 2007 e 2010, além de significar uma morte do sistema, os cortes colocam a população em risco. "Com o corte de recursos o governo teria que dizer quantas pessoas vão morrer. Não estamos falando de números e sim de vidas”, afirmou. Para a pesquisadora da Fiocruz, Isabela Soares Santos, reduzir o investimento em saúde pode agravar os problemas financeiros do país. "Sociedades que investem em saúde conseguem sair da crise melhor que as que não investem. O principal foco neste momento deveria ser ir contra a PEC porque isso vai deixar o ministério com menos recursos” disse a pesquisadora.