Lula admite que PT não tem alternativas para 2018
- Uol Notícias
- 14 Mai 2016
- 20:01h
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), cotado para a disputa de 2018
O expresidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu, em recentes conversas, a falta de alternativas do PT, além dele próprio, para a disputa presidencial de 2018 após a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Lula reclama de o PT "não criar quadros". O exministrochefe da Casa Civil Jaques Wagner e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, são as opções que defende para a corrida presidencial. A aliados, Lula reconheceu, no entanto, que, sem cargo na Esplanada dos Ministérios, Wagner dificilmente terá a exposição necessária para se promover para a disputa eleitoral. Lula sugere que exministros recém saídos do governo Dilma passem a integrar o comando do partido. Ricardo Berzoini e Miguel Rossetto serão, por exemplo, escalados para funções partidárias. Vicepresidente do PT, Paulo Teixeira (SP) afirma que a proposta é "adensar" a cúpula partidária para a defesa de Dilma até o julgamento final do impeachment. Há dúvidas sobre a conveniência eleitoral de Wagner engrossar a cúpula do partido num momento de desgaste da sigla. Além disso, o exdiretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou, num acordo de delação premiada, que em 2006, a campanha do exministro ao governo da Bahia foi abastecida por propina, o que o petista nega. Uma eventual candidatura de Haddad dependeria, por sua vez, de sua reeleição à Prefeitura de São Paulo neste ano. Embora o prefeito seja presença constante no instituto Lula, o expresidente tem recomendado que a imagem de Haddad seja preservada, evitandose excessiva associação ao partido. Em conversas, Lula afirmou ainda que se dedicará agora às eleições municipais para conter perdas ainda maiores do que as já provocadas pela Operação Lava Jato e o desgaste do governo Dilma. O presidente do PT, Rui Falcão, convocou para segunda (16) uma reunião da Executiva Nacional do PT para discutir a estratégia do partido no pósimpeachment. Na terça (17), será realizada uma reunião mais ampla, do Diretório Nacional. A pauta incluirá o debate sobre a convocação de novas eleições nacionais.